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quinta-feira, 26 de abril de 2012

Documentário: Nota de Corte

Ganhador do Prêmio Red Bull Criando Asas e escolha do Público na I Mostra Olhares do Brasil, Nota de Corte investiga a dificuldade do acesso a universidade publica pelas classes mais baixas. O documentário acompanha um jovem da periferia de São Paulo no dia em que vai prestar o vestibular. Participação especial de especialistas no assunto como o jornalista Gilberto Dimenstein, a representante da Unicef Ana Penido e o sociólogo Wilson Mesquista, autor do livro "USP para Todos?"

8º Mostra de Cinema Documentário de Ipatinga
8º Festival de Cinema de Maringá
I Mostra Olhares do Brasil de Curtas-Metragens -- Prêmio do Público
22º Festival Internacional de Curtas-metragens de São Paulo
5º Festival Visões Periféricas - 2011
6º Festival Cine Favela

sexta-feira, 20 de abril de 2012

A História das Coisas

Deixo abaixo o vídeo "A História das Coisas". Ótimo para se pensar a questão do consumo em nossa sociedade.

Resumo: A História das Coisas é um documentário de 20 minutos, que vai direto ao ponto: como colaboramos diariamente pra destruir o planeta. Mostra passo a passo a cadeia de eventos que vai da exploração dos recursos naturais, passando pelo produto manufaturado, a compra e o descarte, até chegar ao lixão. Mas o diferencial aqui é que não é um documentário no estilo BBC ou National Geographic. É explicado com desenhos (toscamente) animados, e numa linguagem simples (sem ser simplista) que se torna interessante e compreensível até para crianças pequenas. E o melhor: é dublado! Fonte: Somos todos um.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

GLOBALIZAÇÃO: QUE BICHO É ESSE?


É um vídeo excelente, no qual EDUARDO GALEANO nos ajuda a pensar e problematizar o mundo que estamos vivendo!

Vale ressaltar que o tema do vídeo é a ORDEM CRIMINOSA DO MUNDO, trazendo fatos históricos para ajudar a pensar essa GLOBALIZAÇÃO PARCIAL, de um mundo caracterizado por uma retórica desigualdade social, em que pessoas morrem de fome e desnutrição de um lado e de outro alimentos são queimados e destruídos, para não haver excedente e assim, baixa dos valores de venda e consumo.
O vídeo apesar de um pouco extenso, ajuda a entender como funciona a lógica mundial, aonde o capital financeiro dita as regras do jogo social, e desumano. 

Afinal de contas, a GLOBALIZAÇÃO é uma grande mentira? O que você sabe sobre esse tema que parece ao mesmo tempo, tão manjado e tão desconhecido para a maioria dos cidadãos brasileiros?!

Vale questionar, pensar....SEMPRE!!!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Governo do Estado lança "PROUNI gaúcho"

O governador Tarso Genro (PT) assinou nesta tarde o decreto que cria o programa de bolsas de estudo


O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), anunciou na tarde desta segunda-feira o investimento de R$ 43 milhões, até 2014, em bolsas de estudo no Prouni-RS - a exemplo do Programa Universidade Para Todos do governo federal. Inicialmente, serão oferecidas 250 vagas para estudantes nos segmentos de petróleo e gás, eólico, e oceânico.

A estimativa do custo por aluno no Prouni gaúcho deverá ser de R$ 700 mensais. Segundo o governo estadual, o programa busca estimular a formação de mão de obra em cursos de base tecnológica oferecidos em entidades comunitárias de ensino superior do Estado. As inscrições dos candidatos serão abertas em junho.

Na cerimônia de lançamento do programa, na sede do governo estadual, em Porto Alegre, o governador falou sobre a importância da participação do Consórcio da Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung). "Desde que a ideia do Prouni gaúcho surgiu no Conselhão, recebemos o apoio do Comung, apesar de muitas universidade privadas apostarem que o projeto não sairia do papel", destacou. O chefe do Executivo sugeriu a elevação do teto da renda familiar per capita de 1,5 para 3 salários mínimos mensais para aderir às bolsas. "A ideia é que mais pessoas possam acessar o programa".

Secretário da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico (SCIT) e coordenador executivo do Pacto Gaúcho pela Educação, Cleber Prodanov, explicou que na primeira fase serão oferecidos cursos tecnólogos com duração de dois a dois anos e meio, para atender as demandas a curto prazo. "Pretendemos oferecer cursos de bacharelado, principalmente das engenharias". O programa é uma ação complementar às ações da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs).

Segundo o governo, o programa complementa o Prouni nacional em diversas áreas. Além da exigência de contrapartidas - como atividades complementares de inclusão produtiva e de responsabilidade social -, o projeto prevê o acompanhamento especial do aluno. O programa vai destinar bolsas para pessoas com deficiências ou autodeclarados indígenas e afrodescendentes.


Fonte: Site Terra

Etnocentrismo / Relativismo Cultural parte 1

O que é Etnocentrismo?

Ao longo de nossa vida, não somente escolar, começamos a nos relacionar com diversos grupos sociais. Primeiramente, estamos em um núcleo fechado, como a nossa família, e posteriormente vamos abrindo e diversificando nossas relações sociais. Pois bem, a partir de relações mais fechadas ou mais abertas, conseguimos pensar sobre as diferenças entre os espaços culturais em que vivemos.
No entanto, mesmo com certa diversificação de nossas relações, ainda sim, agimos de forma discriminatória quando vemos padrões de comportamento diferentes de nossos valores e crenças. Por exemplo, quando estamos comendo e chegamos a fazer algum barulho como eructação, o famoso "arroto”. Para muitos é tido como ofensa ou motivo para brincadeiras, mas em outras culturas é visto como sinal de satisfação frente aos convidados no momento de alguma refeição.
O exemplo anterior, obviamente, foi colocado de forma a analisarmos como, invariavelmente, enxergamos os atos de outras pessoas através de nossa cultura, ou seja, consideramos o nosso estilo de vida como o mais importante, o mais correto, o mais “natural”. Assim, já temos a noção de como podemos conceituar o Etnocentrismo, sendo uma prática de delimitar, diferenciar o nós e os outros, onde o centro da humanidade restringe-se à comunidade local, desconsiderando a prática de outros grupos sociais.
Vamos analisar o poema de Fernando Pessoa, “Como é Por Dentro Outra Pessoa?”

Como é por dentro outra pessoa?
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo, com que não há comunicação possível,
Nem há verdadeiro entendimento.
Nada sabemos da alma, senão da nossa.
As almas dos outros são olhares, são gestos, são palavras,
Supondo-se qualquer semelhança no fundo.
Entendemo-nos porque nos ignoramos.
A vida que se vive é um desentendimento fluido,
Uma média alegre entre a grandeza que não há
E a felicidade que não pode haver.
Fernando Pessoa

Através deste poema, conseguimos analisar a dificuldade de compreendermos entes de nossa mesma cultura. Por isso, buscamos através do conceito Etnocentrismo entender como pessoas com valores culturais diferentes do nosso agem, se expressam e que nossos padrões culturais são apenas mais um dentre os diversos grupos que compõe nossa sociedade.

Relativismo Cultural em contraposição ao Etnocentrismo

No entanto, devemos ter em mente que o Etnocentrismo não é algo abstrato, nebuloso, ou que ele se pratica somente relacionando povos diferentes. O Etnocentrismo é uma forma de preconceito praticado por um determinado grupo social ou comunidade frente a indivíduos que não dispõem dos mesmos valores e costumes. Como exemplo, temos o site de notícias fictício “O Bairrista”, onde a cultura gaúcha é sobrevalorizada frente às demais que compõem o Estado brasileiro. Óbvio, se trata de uma sátira frente a jornais periódicos do estado do Rio Grande do Sul, que valorizam as práticas e costumes de um determinado grupo social em relação aos demais; mas serve para relacionarmos e conceituarmos a nossa posição frente à diversidade dos grupos sociais existentes em nosso país.
Fora a questão do bairrismo, temos o sexismo, preconceito racial, social, intolerância religiosa, ou seja, a subvalorização de grupos que diferem sob determinado ângulo a um padrão de valores de outros setores da sociedade. Logo, como podemos fugir deste estigma que é universalmente exposto, ou seja, da crença que a própria sociedade/comunidade é o centro da humanidade?
Para esta questão buscamos desenvolver o conceito de Relativismo Cultural, que nada mais é do que compreender a diversidade humana. Assim, deixando de lado a noção de bom ou ruim, mas considerando como diferentes os diversos costumes e valores aos quais não estamos acostumados. Assim, as culturas são múltiplas, variadas, tendo distintos modos de caracterizar “o ser humano” em um determinado espaço e tempo.
Além de termos a noção de diversidade cultural, devemos considerar que as culturas não condizem com um status ou são estratificadas (classificadas). Portanto, não existe uma cultura mais desenvolvida que a outra, mas temos costumes, crenças e valores diferentes que caracterizam, mas não devem discriminar outros padrões culturais.
Assim, é de suma importância que consigamos relativizar nossa posição frente aos diversos padrões que estão inseridos em nossa sociedade. Relativismo Cultural é muito mais que considerar a cultura de outro grupo social, mas é respeitar o Outro de forma plena.



Crash - No Limite (2004) , filme dirigido por Paul Higgis

Dica: Um filme interessante para compreendermos melhor o Etnocentrismo chama-se Crash - No Limite (2004). Neste filme, temos uma sociedade marcada pelo preconceito multicultural, no caso entre brancos, negros, muçulmanos, latinos, ricos e pobres. Assim, diversas relações marcadas pelo preceito do racismo na sociedade norte-americana são expostas sobre os mais variados pontos de vista que estão no enredo do filme.

Bibliografia:
- Laraia, Roque de Barros. Cultura: Um Conceito Antropológico. 24.ed. RJ: Zahar, 2009. 117 p.
- Boas, Franz. Antropologia cultural. 6.ed. Rio de Janeiro : Jorge Zahar, [2010]. 112 p.

Portas Abertas - UFRGS

UFRGS recebe comunidade gaúcha no Portas Abertas 2012
Visitas já podem ser agendadas pela página do programa - 11/04/2012 16:13

Estudantes assistem demonstração de experimentos no Campus do Vale, em 2011 - Foto: Flávio Dutra

No sábado de 12 de maio, a UFRGS recepciona a comunidade de todo o estado em mais uma edição do projeto Portas Abertas. A atividade, que em 2011 recebeu cerca de 10 mil visitantes, tem como objetivo apresentar a Universidade a quem está se preparando para escolher uma formação profissional de nível superior e também à comunidade em geral.

Com o projeto, centenas de professores, técnico-administrativos e estudantes universitários são mobilizados em quatro campi. Eles mostram aos vistantes como funcionam faculdades, grupos de ensino e pesquisa, bibliotecas, espaços de convivência, cultura e lazer, salas de aula e laboratórios da UFRGS. Além de visitas guiadas pelas unidades acadêmicas, acontecem palestras sobre os cursos, simulações, oficinas, peças de teatro, orientação sobre profissões, mostras de trabalhos de alunos e demonstrações de experimentos e pesquisas.

Todas as áreas do conhecimento serão abordadas nessa edição do evento. Alunos de Ensino Médio e vestibulandos podem utilizar o projeto como uma ajuda na escolha da profissão, já que os diversos cursos de graduação da UFRGS serão apresentados aos visitantes. As características e as perspectivas de cada profissão serão abordadas em atividades de diversas Unidades.

Programa - Promovendo a interação entre a instituição e a comunidade gaúcha, o Portas Abertas é um dos maiores eventos promovidos pela UFRGS. Ao todo, 250 escolas estiveram na instituição durante a edição de 2011. Neste ano, o projeto será realizado nos turnos da manhã e da tarde, com visitação gratuita. A programação completa do evento será disponibilizada em breve na página do programa, onde já podem ser realizados os agendamentos das visitas.

Informações adicionais podem ser solicitadas pelo e-mail portasabertas@ufrgs.br ou pelo telefone 3308-3535.

Fonte: Site da UFRGS.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Conferência: Convivência Democrática. O desafio da vida cotidiana nas cidades


Semana que vem, dia 24/04, tem a conferência "Convivência Democrática. O desafio da vida cotidiana nas cidades", com o antropólogo Dr. Roberto DaMatta (você pode ler um artigo dele aqui).

As inscrições são gratuítas e podem ser realizadas no site da Câmara Municipal de Porto Alegre.

Mesmo que você não possa ir em função das aulas ou de outros compromisso, não deixe de indicar a um amigo.

Inscrições: http://inscricoes.camarapoa.rs.gov.br/

Roberto Da Matta - Você tem cultura?


Artigo publicado no Jornal da Embratel, RJ, 1981.

Roberto Da Matta é pesquisador e professor de Antropologia Social do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista. É autor dos livros: Ensaios de Antropologia Estrutural (Editora Vozes), Um Mundo Dividido (Editora Vozes) , O Inverso do Carnaval (Edições Pinakotheke), Carnavais, Malandros e Heróis (ZaharEditores) e Relativizando: Uma introdução à Antropologia Social (Editora Vozes). É autor de inúmeros artigos publicados em revistas especializadas nacionais e estrangeiras. Foi professor visitante na Universidade de Winsconsin, Madison (Estados Unidos) e na Universidade de Cambridge (Inglaterra). Tem realizado cursos e conferências na maioria das universidades brasileiras, americanas e europeias.


Você tem cultura? 
Outro dia ouvi uma pessoa dizer que “Maria não tinha cultura”, era “ignorante dos fatos básicos da política, economia e literatura”. Uma semana depois, no Museu onde trabalho, conversava com alunos sobre “a cultura dos índios Apinayé de Goiás”, que havia estudado de 1962 até 1976, quando publiquei um livro sobre eles (Um mundo dividido). Refletindo sobre os dois usos de uma mesma palavra, decidi que esta seria a melhor forma de discutir a idéia ou o conceito de cultura tal como nós, estudantes da sociedade a concebemos. Ou, melhor ainda, apresentar algumas noções sobre a cultura e o que ela quer dizer, não como uma simples palavra, mas como uma categoria intelectual um conceito que pode nos ajudar a compreender

melhor o que acontece no mundo em nossa volta. 

Retomemos os exemplos mencionados porque eles encerram os dois sentidos mais comuns da palavra. No primeiro, usa-se cultura como sinônimo de sofisticação, de sabedoria, de educação no sentido restrito do termo. Quer dizer, quando falamos que “Maria não tem cultura”, e que “João é culto”, estamos nos referindo a um certo estado educacional destas pessoas, querendo indicar com isto sua capacidade de compreender ou organizar certos dados e situações. Cultura aqui é equivalente a volume de leituras, a controle de informações, a títulos universitários e chega até mesmo a ser confundido com inteligência, como se a habilidade para realizar certas operações mentais e lógicas (que definem de fato a inteligência), fosse algo a ser medido ou arbitrado pelo número de livros que uma pessoa leu, as línguas que pode falar, ou ao quadros e pintores que pode, de memória, enumerar. Como uma espécie

de prova desta associação, temos o velho ditado informando que “cultura não traz discernimento”... ou inteligência, como estou discutindo aqui. Neste sentido, cultura é uma palavra usada para classificar as pessoas e, às vezes, grupos sociais, servindo como uma arma discriminatória contra algum sexo, idade (“as gerações mais novas são incultas”), etnia (“os pretos não tem cultura”) ou mesmo sociedades inteiras, quando se diz que “os franceses são cultos e civilizados” em oposição aos americanos que são “ignorantes e grosseiros”. Do mesmo modo é comum ouvir-se referências à humanidade, cujos valores seguem tradições diferentes e desconhecidas, como a dos índios, como sendo sociedades que estão “na Idade da Pedra” e se encontram em “estágio cultural muito atrasado”. A palavra cultura, enquanto categoria do sensocomum, ocupa como vemos um importante lugar no nosso acervo conceitual, ficando lado-a-lado de outras, cujo uso na vida cotidiana é também muito comum.