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quarta-feira, 23 de maio de 2012

Sociologia no Batman

É muito interessante a análise (fictícia, os fãs do Batman como eu sabem que não é bem assim). Mostra como funciona a "industria" do crime na vida real. A violência é produzida em grande parte pela ganância, que surge em função das desigualdades sociais e da cultura do consumo. E quem mais se interessa por manter a ordem são os que possuem mais recursos e privilégios.


UPDATE: É ingênuo supor que apenas uma causa como a desigualdade social ou mesmo a psicopatia de uma pessoa seja a causa da violência, em especial a que ocorre nas cidades. Multiplos são os fatores que influem na propagação da violência. Uma pessoa que é pobre, não necessariamente será violenta ou cometerá crimes. Mas diversos estudos sugerem que a violência é menor em locais onde a desigualdade social é menor, o que não impede que atos violentos (como o atirador da Noruega) ocorram.

Isso ocorre porque vivemos em uma sociedade de consumo que faz com que as pessoas desejem consumir, mas que ao mesmo tempo as impede de realizar tal ato. Esta frustração faz com que as pessoas utilizem de meios não-institucionais (roubos, violência) para atingir tais objetivos (como demonstra esta análise de Zygmunt Baumann sobre os Riots em Londres).

E é fato que a desigualdade social surge apenas a partir do momento que uma pessoa fique mais rica que as outras, fazendo com que outra fique mais pobre, pois a medida de riqueza é sempre relativa, como bem demonstra Adam Smith no seu clássico livro "A riqueza das nações". A riqueza só existe se existir a pobreza. O rico não "incita" a violência urbana (?) diretamente. Ele já nasceu em um mundo onde já existiam ricos e pobres. Ele somente reproduz, não necessariamente consciente de seus atos, este sistema de desigualdade social. É a desigualdade social - fruto da existência da riqueza, de ricos e, consequentemente, da pobreza e de pobres - que produz isto. A violência é uma consequência não-intencional de seu ato.

Claro que isto somente ocorre em uma sociedade que vise o consumo. Em sociedades que a desigualdade social é consequência da religião (como no sistema de castas na Índia), provavelmente serão outros os problemas enfrentados.

2 comentários:

  1. eu não concordo. ele não teria culpa de ser rico... quem é pobre é que não luta para mudar de vida e prefere pender para o lado do crime. Afinal, ser pobre não é ser bandido... há muitas maneiras de contornar a situação... como por exemplo, se dedicar aos estudos para um dia entrar em uma universidade federal e ter uma profissão que ganhe salários melhores e assim, construa uma vida melhor, e sirva de exemplo para as pessoas de sua comunidade como um pobre pode sim entrar na faculdade e mudar de vida...

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  2. o grande problema é que existe um número limitado de vagas na universidade. se qualquer um pudesse entrar, não teria vestibular...

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